Por Luisa Monteiro Você é um empreendedor(a)?
Sempre ouvimos falar em pessoas empreendedoras, porém muitos não sabem explicar o que essa palavra significa, então aproveitamos o início do ano novo para buscar o significado de empreendedorismo, para que o blog Dia-a-Dia, por Luisa possa desejar a todos os leitores assíduos que neste ano sejam todos: futuros e excelentes empreendedores. Vamos lá!!!
De acordo com a wikipédia:
Empreendedorismo designa os estudos relativos ao empreendedor, seu perfil, suas origens, seu sistema de atividades, seu universo de atuação.
Empreendedor é o termo utilizado para qualificar, ou especificar, principalmente, aquele indivíduo que detém uma forma especial, inovadora, de se dedicar às atividades de organização, administração, execução; principalmente na geração de riquezas, na transformação de conhecimentos e bens em novos produtos – mercadorias ou serviços; gerando um novo método com o seu próprio conhecimento. É o profissional inovador que modifica, com sua forma de agir, qualquer área do conhecimento humano. Também é utilizado – no cenário econômico - para designar o fundador de uma empresa ou entidade, aquele que construiu tudo a duras custas, criando o que ainda não existia.
No site da revista HSM, há um artigo que fala do Brasil com um país de empreendedores e empreendedoras, o artigo é de Iêda Novais, vejam:
Novais, Iêda A. P.
Iêda A. P. Novais é sócia-diretora e coordenadora da Trevisan Consultoria, professora especialista do LARC/POLI e presidente do Conselho Fiscal da Fundação Nacional da Qualidade.
O Brasil pode se considerar um país de empreendedores – e também de empreendedoras.De acordo com pesquisa realizada pelo Global Entrepreneurship Monitor (GEM), o nosso índice de empreendedores (incluindo homens e mulheres) teve uma ligeira queda de 2001 para 2007, passando de 14,20% para 12,72% da população. Ou seja, para cada 100 habitantes, quase 13 deles são empreendedores em estágio inicial.Com este resultado, aparecemos à frente de todos os países membros do G7 nesta questão. Porém, perdemos para outras nações, como a China, Venezuela, Argentina, Chile, Colômbia, Peru, Tailândia e República Dominicana.
No computo geral, O Brasil ficou na 9ª colocação entre os 42 países que participaram deste estudo.Entretanto, o que devemos avaliar é se empreender é um caminho interessante a ser seguindo. Nesta mesma pesquisa, foi verificada que a Taxa de Empreendedores em Estágio Inicial (TEA) no Brasil é 39% maior que a média mundial. Em 2001, a proporção de empreendedores existentes era de 65%, enquanto os novos de 35%. Em 2005, esta relação passou para 28% e 72%, respectivamente. Ou seja, verifica-se que, de uma certa forma, a estabilidade econômica permitiu que mais pessoas se lançassem às iniciativas próprias no mercado – é claro que o número de pessoas que se arriscam em vôo próprio fica bastante reduzido quando a economia se apresenta desfavorável.Assim, oportunidade e necessidade são as duas principais causas do empreendedorismo no Brasil. Em 2007, a pesquisa pôde observar que cerca de 60% foi por oportunidade, já que a economia estava em um momento favorável; e aproximadamente 40% por necessidade – quando se fala por necessidade, trata-se daqueles casos de pessoas que ficaram desempregadas por algum motivo ou se desligaram de suas empresas em planos de demissão, e, na falta de opção de um outro emprego ou posição melhor no mercado de trabalho, partiram para um negócio próprio para sobreviver, pagar suas contas e honrar seus compromissos.Outro detalhe interessante da pesquisa é quanto que a maioria dos empreendedores em estágio inicial desembolsam para começar um novo negócio. Cerca de 35% abre o novo negócio com menos de dois mil reais. A principal busca de renda nesta etapa ainda é a família (62%), e menos de 10% recorrem ao crédito bancário. Ou seja, instituições financeiras têm tudo para investir mais nessa prática, visando atrair futuros empreendedores como clientes.
Ainda neste estudo, todos os entrevistados foram questionados se no ano anterior eles venderam, encerraram ou descontinuaram o negócio. Infelizmente, ocorreu isso em 6,5% dos novos empreendedores.Uma pesquisa também da GEM aponta que as mulheres brasileiras estão em quarto lugar no ranking mundial de empreendedorismo. A necessidade, nesse caso, tem impulsionado as mulheres nessa direção. De acordo com o trabalho, quase 60% delas se lançam para abrir negócio próprio para ajudar nas despesas de casa. Pela pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), somente a partir de 2006 a mulher com atividade empreendedora passou a ser socialmente aceita. Provavelmente, estas mulheres ainda encaram diariamente a jornada dupla de cuidar também dos filhos e dos afazeres domésticos. Isso expressa também o quanto as mulheres brasileiras de hoje têm sonhos – e os querem transformar em realidade. Retrato da mulher do século XXI, mais ambiciosa e intuitiva para a vida e os negócios. Não é difícil verificar que as mulheres já ocupam posição de destaque dentro do sistema empresarial. Muitas hoje são presidentes de empresas nacionais e globais, de grande capilaridade. A participação delas na construção da riqueza nacional é crescente. Há também a preocupação por parte delas de, antes de constituir família, se dedicar mais tempo aos estudos e se estabelecer profissionalmente.São histórias de vitórias, conquistas e superação. Exatamente como a prática do empreendedorismo exige, aqui ou em qualquer outro lugar do mundo. No empreendedorismo do Brasil, que envolve muito arrojo, tanto os homens como as mulheres que se enveredaram pelo caminho, já entenderam o esforço que significa transformar um negócio em sucesso.
Porém, para alguns curiosos, assim como eu, vem uma sutil pregunta: Qual o perfil de um empreendedor?
Os estudos na área do empreendedorismo mostram que as características ou o espírito empreendedor, da indústria ou da instituição, não é um traço de personalidade. Para Meredith, Nels
on e Nech (apud UFSC/LED 2000 p. 51) “
Empreendedores são pessoas que têm a habilidade de ver e avaliar oportunidades de negócios; prover recursos necessários para pô-los em vantagens; e iniciar ação apropriada para assegurar o sucesso. São orientadas para a ação, altamente motivados; assumem riscos para atingirem seus objetivos”.
O empreendedor tem um novo olhar sobre o mundo à medida que presencia a evolução. Valoriza suas experiências, valoriza seu valor, tomando decisões e decisões acertadas. Abre novas trilhas, explora novos conhecimentos, define objetivos e dá o primeiro passo. De acordo com Gerber (1996), o século XVIII foi marcado por grandes modificações nos processos industriais. A revolução industrial teve início no século XVII, se caracterizando pela mudança dos processos produtivos que eram feitos manualmente e passaram a ser feitos por máquinas. Essa época modificou ou transformou os meios de produção, as relações econômicas, as relações sociais e as relações culturais. Como conseqüência aconteceu a divisão do trabalho, a produção em série e a urbanização. O homem passou a ser visto como uma máquina produtiva e não como gente (Leite, 2000).
Procurando cada vez mais a eficácia, surgiram os grandes pensadores aliados aos interesses dos empresários. Cenários com novas estratégias. Falase em marketing e relações humanas. As idéias de Taylor imperam, porém o consumidor se faz ouvir, surgindo a segmentação do mercado de Sloan: a diversidade, modelos específicos para usuários diferentes. Ela foi colocada em cheque com o mundo da informática, com a nova visão de mundo. Ouviu-se, então, Peter Drucker, considerado o pai da gestão. Colocou-se de lado o mecanicismo e surgiu a preocupação com o indivíduo. Descobriu-se que, para o bom desempenho, auto-estima é vital. Com as tecnologias de informação, o homem passa a ser o centro das atenções.
Hoje, fala-se do “Capital Intelectual” que nada mais é do que: conhecimento, experiência, especialização. Ferramentas ou estratégias utilizadas para se ter sucesso e ser competitivo. A mão-de-obra passa a ser cabeça-de-obra. É o conhecimento e a capacidade gerando novas idéias. O foco está nas pessoas. Assim, o perfil do profissional de sucesso que lidera suas concepções e suas atitudes está em pessoas que conseguem harmonizar esforços individuais ou coletivos e que criam algo novo e criativo.
Segundo Leite (2000), nas qualidades pessoais de um empreendedor, entre muitas, destacam-se:
a) iniciativa;
b) visão;
c) coragem;
d) firmeza;
e) decisão;
f) atitude de respeito humano;
g) capacidade de organização e direção.
Tr
açar metas, atualizar conhecimentos ser inteligente, do ponto de vista emocional, conhecer teorias de administração, de qualidade e gestão, são mudanças decorrentes da globalização e da revolução da informação. O empreendedor deve focalizar o aprendizado nos quatros pilares da educação: aprender a aprender, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser, e com isso, ser capaz de tomar a decisão certa frente à concorrência existente. Novas habilidades vêm sendo exigidas dos profissionais para poderem enfrentar a globalização com responsabilidade, competência e autonomia.
Buscam-se profissionais que desenvolveram novas habilidades e competências, com coragem de arriscar-se e de aceitar novos valores, descobrindo e transpondo seus limites. O futuro é cheio de incertezas, por isso, é preciso refletir sobre: habilidades pessoais e profissionais; criatividade; memória; comunicação; como enfrentar este século. Diferenciar-se dos demais, revalidar seu diploma pessoal e profissional, rever convicções, incorporar outros princípios, mudar paradigmas, sobrepor idéias antigas às novas verdades, este é o perfil do profissional que, trocando informações, dados e conhecimentos, poderá fazer parte do cenário das organizações que aprendem, das organizações do futuro. São mudanças socioculturais e tecnológicas que fazem repensar hábitos e atitudes frente às novas exigências do mercado.
Conquista-se a autonomia profissional quando se é perseverante, determinado, aprendiz, flexível e quando se tem:
Positividade
Organização
Criatividade
Inovação
Foco
Essas qualidades ajudam a vencer a competitividade dos tempos modernos. Pela experiência pode-se afirmar que a maioria das pessoas, se estimuladas, podem desenvolver habilidades empreendedoras. Ouve-se e fala-se que o empreendedor precisa ter visão. Visão pessoal. Uma visão que vem de dentro. A maioria das pessoas tem pouca noção da verdadeira visão, dos níveis de significado. Metas e objetivos não são visão. Ser visionário é imaginar cenários futuros, utilizando-se de imagens mentais. Ter visão é perceber possibilidades dentro do que parece ser impossível. É ser alguém que anda, caminha ou viaja para inspirar pensamentos inovadores.
Esse enfoque se volta à disposição de assumir riscos e nem todas as pessoas têm esta mesma disposição. Não foi feito para ser empreendedor quem precisa de uma vida regrada, horários certos, salário garantido no fim do mês. O empreendedor assume riscos e seu sucesso está na “capacidade de conviver com eles e sobreviver a eles” (Degen, 1989, p.11). Gerber (2004), apresenta algumas diferenças dos três personagens que correspondem a papéis organizacionais, quais sejam:
a) o Empreendedor, que transforma a situação mais trivial em uma oportunidade excepcional, é visionário, sonhador; o fogo que alimenta o futuro; vive no futuro, nunca no passado e raramente no presente; nos negócios é o inovador, o grande estrategista, o criador de novos métodos para penetrar nos novos mercados;
b) o Administrador, que é pragmático, vive no passado, almeja ordem, cria esquemas extremamente organizados para tudo;
c) o Técnico, que é o executor, adora consertar coisas, vive no presente, fica satisfeito no controle do fluxo de trabalho e é um individualista determinado.
É importante destacar no pensamento de Gerber (2004) o fato dos três personagens estarem em eterno conflito, sendo que ao menor descuido o técnico toma conta, matando o visionário, o sonhador, o personagem criativo que está sempre lidando com o desconhecido. Os riscos fazem parte de qualquer atividade, sendo necessário aprender a administrá-los, pois eles são um dos fatores mais importantes que inibem o surgimento de novos empreendedores. Um outro fator inibidor é o” capital social” que são valores e idéias que sublimemente nos foram incutidos por nossos pais, professores, amigos e outros que influenciaram na nossa formação intelectual e que, inconscientemente, orientam nossas vidas.
Dessa forma, um pai engenheiro desperta no filho o ideal de seguir a mesma carreira, militares, pilotos, esportistas, até pessoas que raramente vão vislumbrar ou ter interesse numa carreira de empreendedor exercem sua influência na formação das pessoas. É de se considerar, porém, que a avaliação mais objetiva do preparo para empreender é a percepção que a pessoa tem de si própria, refletindo na sua autoconfiança. Com o potencial empreendedor também isso acontece. O que se aprende na escola, nas pesquisas, nas observações, vai se acumulando. O preparar-se para ser empreendedor, portanto, inicia-se com o domínio que se tem sobre tarefas que se fazem necessárias, o próprio desenvolvimento da capacidade de gerenciamento. O que falta, na verdade, é motivação para uma tomada de decisão para se tornar um empreendedor.
Decisões tomadas no cotidiano são inúmeras. Os processos de decisão nem sempre são simples, objetivos e eficientes como deveriam ser pois, se a intuição está de um lado; a análise racional está do outro.
Descrevem-se aqui os oito estilos de decisão, relatados por Cohen,(2001):
Intuitivo: tenta projetar o futuro, com perspectiva ao médio e do longo prazo, imaginando o impacto dessa ação.
O planejador: situa-se onde está e para onde se deseja ir, com planejamento e tendo um processo de acompanhamento, adequando à realidade sempre que for necessário.
O perspicaz: diz que além da percepção é necessário conhecimento.
O objetivo: sabe qual o problema a ser resolvido.
O cobrador: tem certeza das informações, vê a importância de medir e corrigir quando o resultado não foi o decidido.
O mão–na–massa: envolve-se pessoal e diretamente, acredita em grupos para estudos multidiciplinares.
O meticuloso: junta opiniões de amigos, especialistas, funcionários, tentando se convencer da solução a encontrar.
O estrategista: decide cumprir sua estratégia de crescimento, tendo percepção do que resolver. Diagnostica o problema para encontrar a solução e sua resolução com eficácia.
A decisão é de cada um. Interagir, refletir, deixar a cada um o momento de uma descoberta e desenvolvendo habilidades específicas para o sucesso da sua escolha é de responsabilidade única e exclusiva. As características comuns que se encontram no empreendedor que fez uma escolha, tanto nas universidades como na sociedade, são difíceis para listar com precisão, porém diferentes autores chegaram a algumas conclusões. Elas dizem respeito às necessidades, conhecimento, habilidades e valores.
As necessidades que se referem a conhecimentos, Lezana (1995, p.78) assim elenca:
aspectos técnicos relacionados a negócios
experiência na área comercial
escolaridade
formação complementar
experiência em organizações
vivência com situações novas.
As necessidades que se referem aos valores, Empinotti (1994), argumenta que são os existenciais, estéticos, intelectuais, morais e religiosos. É preciso, no entanto, ser registrado que, no contexto empresarial, essas características podem se desenvolver e atuar de forma positiva ou negativa. É a personalidade do empreendedor que fará o impacto decisivo para o sucesso.