sexta-feira, 29 de agosto de 2008

VOCÊ É UM PENSADOR INTEGRATIVO?

Por Luisa Monteiro



Na revista HSM de julho/agosto traz uma matéria muito legal sobre inovação, ela é bem direta e objetiva, com bons exemplos e ferramentas que podem nos ajudar na adoção da nova e surpreendente forma de pensar interativamente. Continue a leitura e descubra se é possível ou não tornar-se um pensador interativo.
Antes de buscar razões para o sucesso de líderes empresariais excepcionais, é preciso entender que eles pensam de forma não convencional –“conversam” com suas “mentes opositoras”. O diretor da famosa escola de gestão canadense Rotman (Roger Martin) explica a descoberta de sua pesquisa e dá exemplos reais.

Os líderes empresariais bem-sucedidos fazem tantas coisas diferentes que fica difícil descobrir a chave de seu sucesso pela simples observação de seus atos. Depois de estudar em profundidade mais de 50 entrevistas realizadas com líderes de sucesso, descobri que o segredo não é indagar o que eles fazem, mas sim como pensam.

Acredito que a resposta é que eles pensam com suas “mentes opositoras”. Quando têm a necessidade de fazer uma escolha entre modelos ou opções conflitantes –cada uma com suas limitações–, não pensam simplesmente na solução “menos pior”.
Utilizam a informação inserida nesses modelos opositores e a tensão entre eles para gerar uma solução criativa na forma de um novo modelo que contenha elementos de modelos anteriores, porém superior a cada um deles individualmente.
Por exemplo, Isadore Sharp, fundador da rede de hotéis e resorts Four Seasons, recusou-se a escolher entre construir hotéis pequenos com ambiente familiar (mas com serviço limitado) e hotéis para grandes convenções com todo o conforto (mas com ambiente frio e impessoal). Mais que isso, ele inventou um modelo inovador que hoje rege os hotéis luxuosos de todo o mundo: empreendimentos de tamanho médio com valores justos e serviço tão espetacular que possibilitam todo o conforto necessário, mesmo naqueles modelos que têm como propósito um número reduzido de apartamentos.
Outro caso é Bob Young, co-fundador da Red Hat Software, principal fornecedora do software Linux, que se recusou a escolher entre um modelo de software proprietário e um grátis. Em vez de tentar converter o Linux num software com direito de propriedade –contrariando tudo que o mercado do código aberto preconizava– ou de tentar ganhar a vida penosamente vendendo o programa Linux em CD para uma clientela de hackers por US$ 15 a unidade, Young decidiu doar pela internet (de forma gratuita mesmo) o software Red Hat. Foi sua maneira de desenvolver uma participação dominante no mercado e emergir como a única provedora de Linux em larga escala, com tamanho e presença suficientes para ter a credibilidade de vender serviços a grandes empresas.
Um terceiro caso é A.G. Lafley, que, em 2000, assumiu as posições de presidente do conselho de administração e CEO da Procter & Gamble, então com muitos problemas –após a primeira demissão de um CEO em seus 200 anos de história. Disseram-lhe que ele teria de reduzir os gastos em inovação de produtos, porque estes haviam saído do controle e representavam um custo completamente insustentável. Embora isso fosse verdade, seu antecessor havia sido realista quando entendeu que, com tantos concorrentes trabalhando para destronar a P&G em algumas categorias, a empresa precisava aumentar a velocidade das inovações se quisesse manter a liderança.

O fato é que Lafley tinha duas opções a sua frente: “Manter o investimento insustentável em inovações” ou “Inovar menos, o que era pouco realista”. Em vez de escolher entre elas, no entanto, ele surgiu com uma opção muito melhor: “Conectar e desenvolver”. Com isso, a P&G conseguiu gerar 50% das inovações externamente e, lá dentro, aplicou os recursos onde já possuía grande vantagem competitiva: qualificação, comercialização, marketing e distribuição de novos produtos inovadores.
Como foi que Sharp, Young, Lafley e os outros líderes bem-sucedidos entrevistados conseguiram pensar de maneira tão singular?

As seis faces do pensamento Integrativo
O pensador integrativo acredita que:
1. Os modelos existentes não representam a “realidade”.
2. Modelos que se opõem ao seu não devem ser evitados, mas questionados.
3. Modelos melhores virão.
4. Ele é capaz de criar um modelo melhor.
5. Ele pode ir ao encontro da complexidade com entusiasmo.
6. Ele pode dedicar-se a criar um modelo melhor pelo tempo que for necessário.


Pensadores convencionais versus integrativos

O ponto de partida para esse enigma é a postura adotada pelas pessoas diante do mundo em que atuam e o modo como enxergam o papel que desempenham nele. As pessoas de pensamento convencional,
que tendem a escolher entre os modelos existentes não tão ideais, adotam as seguintes posturas perante o mundo:
1) acreditam que podem enxergar a “realidade verdadeira” de cada situação;
2) crêem que visões opostas às suas “não correspondem à realidade” e, portanto, estão erradas;
3) uma vez que “enxergam” a realidade, não poderia haver modelo melhor.
Assim, modelos que se opõem a essa concepção de mundo se tornam problemáticos.
São digressões indutoras de problemas, porque geram divergências sobre a tal “realidade verdadeira”.
Já as pessoas com uma visão integrativa da realidade apresentam postura distinta ante o mundo: 1) os modelos existentes não representam a “realidade”, apenas foram construídos para explicá-la;
2) os modelos opositores existem para serem questionados e não para serem evitados;
3) modelos melhores ainda virão. Desse modo, elas vêem um mundo repleto de modelos ainda imperfeitos que podem ser melhorados.
A visão de mundo dos pensadores convencionais os leva a enxergar seu papel da seguinte forma: 1) as visões diferentes devem ser destruídas;
2) a situação tem de ser simplificada para evitar uma complexidade desnecessária;
3) as escolhas e as ações precisam ser rápidas e objetivas.

Encaram o trabalho como a defesa de um modelo – ou porque têm certeza de que é o modelo correto, ou ser a escolha entre os vários modelos existentes. Nada mais é preciso, porque não há com que se esforçar.
Com tudo isso, essa postura convencional é caracterizada como “a defesa do modelo simples”. Por que devemos procurar, esforçar-nos e mergulhar na complexidade e incerteza quando não há o que valha a pena buscar?
Contrastando ainda mais, pensadores integrativos enxergam-se no mundo como “construtores de modelos novos” e não como simples eleitores do modelo mais adequado:
1) “Eu sou capaz de criar um modelo melhor”;
2) “Irei ao encontro da complexidade, com entusiasmo”;
3) “Vou me dedicar o tempo necessário para criar um modelo melhor”.
Mais do que a defesa do modelo simples, a postura adotada é a permanente procura por um modelo.
Sempre acham que há outro modelo melhor por aí e que todos os modelos já existentes podem dar dicas e permitem descobrir sobre a natureza desse novo modelo, conseqüentemente ajudando e não limitando a procura contínua.

Ferramentas

Adotar os seis aspectos do pensamento integrativo não transforma a pessoa, mas é um começo necessário. Para construir os modelos criativos buscados por quem pensa assim, é preciso adquirir as seguintes habilidades-chave:
1. Usar a lógica abdutiva (aquela do que possivelmente será), acrescida às lógicas dedutiva (aquela do que deve ser) e indutiva (aquela que faz acontecer).
2. Tornar-se mais explícito e rigoroso sobre usar este ou aquele modelo existente e construir novos modelos não tão fortuitos.
3. Usar a ferramenta da indagação e do entendimento de outros modelos além da ferramenta convencional para defender seu próprio modelo.

Com a postura e as ferramentas corretas, os que pensam de forma integrativa podem acumular experiências que aprofundem o saber e alimentem a originalidade.
O saber sem a originalidade torna-se uma rotina, algo que se faz sem pensar; a originalidade sem o saber é superficial.

É fácil tornar-se um pensador integrativo? Não.
Mas é perfeitamente possível.


Roger L. Martin, Ph.D., é diretor da Rotman School of Management, da University of Toronto, no Canadá.


Expert em competitividade e produtividade, escreveu Opposable Mind: Harnessing the Power of Integrative Thinking.


Achei um tema extremamente interessante e por isso quis dividí-lo com você. Espero que tenha gostado.

Até a próxima!!!
"Hoje levantei cedo pensando no que tenho a fazer antes que o relógio marque meia noite.
É minha função escolher que tipo de dia vou ter hoje.
Posso reclamar porque está chovendo ou agradecer às águas por lavarem a poluição.
Posso ficar triste por não ter dinheiro ou me sentir encorajado para administrar minhas finanças, evitando o desperdício.
Posso reclamar sobre minha saúde ou dar graças por estar vivo.
Posso me queixar dos meus pais por não terem me dado tudo o que eu queria ou posso ser grato por ter nascido.
Posso reclamar por ter que ir trabalhar ou agradecer por ter trabalho.
Posso sentir tédio com o trabalho doméstico ou agradecer a Deus.
Posso lamentar decepções com amigos ou me entusiasmar com a possibilidade de fazer novas amizades.
Se as coisas não saíram como planejei posso ficar feliz por ter hoje para recomeçar.
O dia está na minha frente esperando para ser o que eu quiser.
E aqui estou eu, o escultor que pode dar forma.
Tudo depende só de mim".
(Charles Chaplin)

Um comentário:

Jorge Purgly disse...

Cara Luisa Monteiro,
Gostei muito do seu blog, dos seus textos e das suas imagens.
Gostaria de convida-la a conhecer os meus blogs em
htp://konektigi.blogspot.com
http://purgly.blogspot.com
http://mastersuno.blogspot.com
http://biometrio.blogspot.com
http://xeesm.com/JorgePurgly
htttp://drbachflower.blogspot.com
Aproveito a oportunidade para te desejar um Feliz Natal e um ano de 2010 repleto de realizações.
Um forte abraço,
Jorge

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