quinta-feira, 13 de março de 2008

DEPRESSÃO OU TRISTEZA??

Por Luisa Monteiro


Há tempos que se fala que a Depressão é o mal do século. Daí sempre percebo que as pessoas vem confundindo o estado de tristeza com a doença depressão, resolvi pesquisar um pouco sobre suas diferenças.
Se eu for me aprofundar no assunto, teria material suficiente para escrever um livro, mas essa não é minha intenção.
Através do sentido das palavras pode- se dizer que:
Tristeza ou desgosto é um sentimento humano que expressa desânimo ou frustração em relação a alguém ou algo. É o oposto da alegria. A tristeza pode causar reações físicas como depressão nervosa, choro, insônia, falta de apetite, e ainda, reações emocionais, como o arrependimento.
A depressão (também chamada de transtorno depressivo maior) é um problema médico caracterizado por continuada alteração no humor e falta de interesse em atividades prazerosas. O estado depressivo se diferencia do comportamento "triste" ou melancólico que afeta a maioria das pessoas por se tratar de uma condição duradoura de origem neurológica acompanhada de vários sintomas específicos.
A revista Época do dia 03/03/08 traz uma reportagem interessante: O valor da Tristeza. A reportagem é sobre um estudo que questiona a eficácia dos antidepressivos e das novas pesquisas onde mostram que a infelicidade pode ser boa para nós. Vou deter-me no último assunto da reportagem.
A reportagem ressalta uma pesquisa desenvolvida pelo psicólogo americano Edward Diener (Dr. Felicidade) que compara pessoas felizes com pessoas extremamente felizes. O resultado do estudo demonstra que os extremamente felizes vivem menos do que os moderadamente felizes, e são bem menos sucedidos.
Há, no entanto, uma corrente cada vez mais vigorosa contra essa indústria da felicidade. Ela inclui quatro vertentes de combate:


01. Felicidade tem limite
“O contentamento em excesso torna as pessoas menos capazes, menos saudáveis, menos atentas a riscos”. (Edward Diener).
“Felicidade em excesso é indesejável, porque leva a uma capacidade menor de apreciá-la....Se você tem algo o tempo todo, não se pode dizer que aquilo é bom ou ruim...A felicidade pode chegar com um amor, com uma conquista, com um fato que transformou de maneira positiva o indivíduo.... mas ela não fica para sempre. De uma hora para outra pode e provavelmente vai partir”. (Stuart Walton)

02. Sem obstáculos, não há vitória
“O que não me mata me torna mais forte”. (Friedrich Nietzshe)
“O sofrimento produz resistência, a resistência produz caráter e o caráter produz a fé”. (São Paulo em carta para romanos).
“Quem passa por episódios traumáticos aprende a se conhecer melhor e passa a valorizar as coisas que realmente têm importância”. (Haidt)
“Só quem vive emoções profundas e passa pela dor e pelo sofrimento é capaz de se realizar na plenitude. O Homem é um ser ambíguo”. (Franklin Leopoldo e Silva)


03. A alegria ou a Vida
Para Eduardo Giannetti a invenção de uma pílula que provesse todos os cidadãos de felicidade provocaria danos irreparáveis ao mundo. Na ausência de sentimentos negativos como culpa, vergonha, remorso e arrependimento, todos eles neutralizados pelo tal remédio, haveria um enfraquecimento do respeito às normas morais de convivência.


04. A angústia dos gênios
“Há estudos que comprovam a relação entre as oscilações de humor e a criatividade... Van Gogh e Wagner, quando deprimidos, produziam menos obras artísticas, mas de maior qualidade. É durante as fases de dor e depressão que surgem as produções mentais, os questionamentos que não povoam a vida mental habitual”. (Luiz Alberto Hatem)
“É melhor ser um Sócrates insatisfeito que um porco satisfeito”. (John Stuart Mill)
“Assim como o poeta só é grande se sofrer”. (Vinícius de Morais – Eu não existo sem você)

Acredita-se que toda essa polêmica em torno da tristeza, felicidade e depressão tenha começado com a competitividade, com a concorrência acirrada em um mundo globalizado, que se você não está atento o tempo inteiro, você pode ser ultrapassado. Leva-se a crer inclusive que estar triste pode ser interpretado como sinal de fraqueza, e isso ninguém quer.
O que tiro de lição sobre esse assunto é que: Felicidade plena não existe e sim momentos plenamente felizes. Quanto ao estado de apatia, angústia ou qualquer outro sentimento negativo pode ser advindo de uma tristeza profunda e não de uma depressão quando essa tristeza vira um processo crônico pode-se pensar em depressão. Mas o certo é procurar um especialista quando acometido desses sintomas para diagnosticar se é depressão ou não, e daí partir a um tratamento ideal.
Nada pode ser generalizado, estar triste, não significa estar depressivo.
Um abraço a todos!

4 comentários:

Micheline Macêdo Personal Stylist disse...

Amiga, daqui a pouco esse blog vai virar a mistura da revista ÉPOCA com a CLÁUDIA, pois é informação com um estilo feminino, kkkkkkkkkkkkkkk. Beijão.Michel

Wanderley Filho disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Wanderley Filho disse...

Parabéns pelo blog Leila. A internet é uma ferramenta de socialização e divulgação com enorme potencial. No mínimo, com o tempo, melhoramos o nosso texto e a nossa capacidade de argumentação.

Sobre o seu post, tenho ainda uma observação. É comum que as pessoas confundam felicidade com estados de excitação que, às vezes, beiram a histeria. Felicidade não é uma condição de euforia permanente - o que é, aliás, impossível. Pior é que também é comum a noção de que a felicidade é um bem externo, projetado em coisas como o dinheiro, o sexo ou as drogas, ou ainda como responsabilidade de uma outra pessoa, como o cônjuge, os filhos ou parentes. Enfim, muita gente imagina busca fora de si, a própria felicidade íntima. Por perseguir algo irrealizável, por acreditar numa miragem, é que tanta gente sucumbe à frustração e ao desânimo. Se há algo que pretendo ensinar às minhas filhas é que elas são as principais responsáveis pelos próprios atos, e por conseguinte, pela própria felicidade.

Grande abraço do amigo

Wanderley

Anônimo disse...

Oi felizmente vim aqui parar por acaso e adorei as tuas postagens, as palavras o sentimento com que escreves.
A maneira como te apresentas e como mostras bem.
Hei-de voltar.

Beijufas de Luz!!

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